terça-feira, 27 de maio de 2008

Praga: parada obrigatória na Europa

Uma das 30 fascinantes estátuas da imponente Charles Bridge (Karluv Most). Datadas do século XVIII, proporcionam uma visão épica do domínio católico sobre a cidade.

Extremamente charmosa e com uma vida noturna bem agitada, Praga é um dos destinos imperdíveis na Europa. A cidade sobreviveu a muitas das intempéres da história: escapou ilesa aos bombardeios nazistas durante a Segunda Guerra Mundial e resistiu aos mais de 40 anos de domínio soviético. A capital da República Tcheca, no entanto, não é muito mais barata que suas vizinhas ricas do oeste graças a presença massissa de turistas. Fugir dessas áreas de concentração é uma boa alternativa para escapar de preços abusivos. Isso significa que você precisa gastar a sola do sapato pra achar bons negócios por aqui. Mas... a tradicional cerveja Tcheca continua beeeem barata. Um paraíso para os apreciadores do suco de cevada. O transporte público também continua bastante acessível. No entanto, é uma boa idéia se hospedar no centro da cidade para desfrutar à vontade da intensa vida noturna de Praga com bares, boates, clubes de jazz e belíssimo auditórios para concertos de música clássica. É possível cobrir os principais pontos turísticos caminhando. Nem é preciso dizer que o aspecto medieval da cidade com suas imponentes catedrais ao estilo gótico, a arquitetura barroca e a presença marcante da Art Noveau em seus prédios dão a Praga um aspecto único de conto-de-fadas. A massa de turístas incomoda um pouco, mas a vista compensa. O escritor Franz Kafka é definitivamente o praguense mais importante desta cidade encantadora. Apreciadores de A Metamorfose vão se dar por satisfeitos com a abundância de informações sobre a vida cotidiana do escritor: a casa onde ele morou, a livraria que geriu e o museu dedicado a sua vida e obra.

Um pouco além...
Se você ficar na República Tcheca por um tempo maior, uma boa dica é fazer uma visita a Kútna Hora, a cerca de 70 km de Praga. Desde a estação de trem (aliás, viajar desse modo pelo país é surpreendentemente barato) embarcamos numa viagem pelo passado comunista da antiga Tchecoslováquia. Uma aventura ideal para um dia cinzento, o que deixa a paisagem ainda mais árida e torna a visita à principal atração da cidade -- o horripilante ossuário Sedlec Kostine -- uma experiência única. Visitar essa cripta com ossos de 40 mil pessoas arranjados nas formas de pirâmides, guirlandas e candelabros é uma experiência bizarra. Certamente, uma visão que não vai agradar a todos os gostos. Após uma volta pelo centro medieval da pequena cidade com cerca de 22 mil habitantes, siga para a catedral gótica de Santa Bárbara. Para variar, sente-se para tomar uma cerveja e, quem sabe, fazer uma refeição num dos bares no caminho para a igreja desfrutando da visão bucólica da cidade. A dica é pegar o trem em Praga pela manhã e chegar para o almoço em Kútna Hora. Lá, tudo é muito mais barato que em Praga. Pegue o trem de volta no fim do dia e aproveite a noite em Praga, lógico!

1 Comentários:

Blogger Dantas® disse...

Amigos no leste europeu,

Faz algum tempo que minhas suspeitas a respeito da história européia se confirmam. O relato desse post fornece mais fundamentação para que eu realmente me convença de que há uma bela cultura de resistência pouco divulgada no ocidente a respeito de diversas cidades do leste europeu.
Concentrando-me em Praga, fico realmente bem impressionado por ela sobreviver ao louco austríaco-germânico e ao louco soviético. Também por não revelar ao mundo loucos de fabricação própria (ao contrário da Romênia de Ceauşescu e da Sérvia de Milošević).
Ter esse cenário bucólico, preservar sua história e reter sua própria cultura e, por fim, ressurgir como nação/estado às vésperas do século 21 é desafio para poucos.
Sem fazer de Praga (e da República Tcheca) um conto de fadas (ainda que seria próprio pelo relato de vocês), parece mesmo que cidades como esta são monumentos à possibilidade. Uma das boas respostas à insanidade humana na história.
Grato provocar-me ainda mais com os relatos de Praga.
Abraços.

30 de maio de 2008 às 17:12  

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