terça-feira, 3 de junho de 2008

Hungria: para turistas avançados

A visão mais bonita da capital húngara: do lado montanhoso da cidade (Buda) é possível contemplar o parte plana (Peste), divididas pelo rio Danúbio.

Budapeste é um dos mais fascinantes destinos na Europa. Porém, o país exige um certo nível de experiência e, definitivamente, não é um lugar fácil para turistas desavisados. Entre as heranças da era da Cortina de Ferro estão a pobreza (concentrada no interior) e a corrupção do setor público. Nós brasileiros conhecemos bem esse tipo de cicatriz resultante de regimes ditatoriais. Apesar dos pesares, Budapeste é uma cidade com vocação cosmopolita, o que a coloca em destaque como um centro de desenvolvimento do leste europeu. Cultura, requinte e charme sobram nessa cidade dominada por uma atmosfera de liberdade recente. E os custos, em comparação com os destinos mais clássicos do continente, compensam o esforço. A ajuda de um cidadão local conhecedor das "manhas" da área pode tornar a experiência ainda mais ampla e satisfatória.

A arquitertura se mistura numa química entre a tradição clássica de uma cidade milenar e o simplismo cúbico das construções da era comunista. Dividida em duas partes pelo rio Danúbio, tendo Buda de um lado e Peste do outro, é um destino fabuloso para gente interessada em cultura (mais de 20 museus com entrada gratuita) e vida noturna agitada (shows internacionais, bares, boates e uma ampla cena gay). Outra experiência imperdível são as tradicionais casas de banho húngaras espalhadas pela cidade, com uma considerável variedade de piscinas térmicas. Só água mineral, totalmente livre de clóro. Gaste no mínimo uma tarde por lá, indepentemente do clima. Faça chuva, sol ou neve os húngaros não dispensam um banho relaxante. E para aqueles em busca de romance ou sacanagem, que fique registrado que as húngaras estão entre as mulheres mais belas da Europa.

Lado B
O lado negro de Budapeste, no entanto, é o fato de os turistas serem o alvo favorito da pilantragem alheia. E o pior é que a safadeza muitas vezes vem travestidade de poder e serviços públicos. A barreira da língua pode ser um adicional na vilania. Em pontos turísticos da cidade, grupos de trapaceiros enganam turistas em jogatinas sem sofrer qualquer tipo de repressão. Mas o sistema de transporte público, para a surpresa geral, é o que mais abriga esse tipo de gente velhaca. A fiscalização sempre aperta para o lado dos turistas, claro. Portanto, segure seu impulso de burlar as leis (uma tentação por essas bandas), tentando tirar vantagem do transporte público. SEMPRE compre os tiquetes corretos. Caso contrário, você será vítima de extorsão da legião de controladores que complementam seus salários com o dinheiro dos turistas viajandões. E a saída poderá ser dramática: pagar a multa ou o suborno. Uma boa dica é carregar um estoque de bilhetes no bolso.

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