sábado, 21 de junho de 2008

Um caminho e várias preces

Muitas pessoas deitam no chão da praça do Obradoiro e olham a Catedral de Santiago de Compostela de cabeça para baixo. Trata-se de uma vista incrível... sob qualquer ângulo.

Misticismo e muitas lendas fizeram dos Caminhos de Santiago das rotas mais conhecidas e percorridas por peregrinos em todo o mundo. Não foi à toa que foi declarado como Primeiro Itinerário Cultural Europeu em 1987. Para nós, brasileiros, o Caminho se tornou popular graças ao escritor brasileiro Paulo Coelho. No bestseller Diário de um Mago, ele descreveria sua própria experiência durante a viagem, que pode durar semanas. Prova de que essa trilha mística há muito tempo deixou de ser uma expressão exclusivamente cristã.

O que se vê hoje em Santiago de Compostela (capital da Galícia, Espanha) e sua belíssima catedral, ponto final da caminhada, são centenas de pessoas em busca de uma aventura ou, quem sabe, alguns dias de reflexão pessoal. Com uma mochila nas costas, um sapato apropriado e um cajado (decorado com uma concha, ou vieira, como chamam por aqui), os peregrinos são a grande fonte de renda da cidade. Mas quem viu esse potencial turístico e místico não foram os comerciantes locais.

Após o suposto descobrimento da ossada que teria pertencido ao apóstolo São Tiago (Santiago), líderes eclesiásticos espanhóis resolveram fazer do local um grande ponto religioso do país. Foi construída uma igreja ao redor dos ossos do santo no reinado de Alfonso II, entre os anos de 791 e 842 d.c., e a cidade começou a enriquecer. Tanto que o antigo hospital que recebia os peregrinos machucados pelos vários dias debaixo de sol e chuva, hoje é um belíssimo hotel cinco estrelas. A entrada do Hotel dos Reis Católicos está estrategicamente localizado na Praça do Obradoiro, formanda pela principal fachada da catedral, a frente a prefeitura da cidade e a reitoria da Universidade de Santiago de Compostela, com mais de 500 anos.

Mais do que uma viagem mística, Santiago de Compostela é uma experiência para os olhos e para o paladar, já que a arquitetura local é belíssima e a cozinha mediterrânea é uma das mais saborosas e equilibradas do mundo. Uma recompensa para os famintos peregrinos.

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