domingo, 12 de outubro de 2008

Beirute: carrões, status e cirurgia plástica

Pode não parecer, mas essa imagem com ares de Europa é de Beirute.

Viver em Beirute tem tudo a ver com o que os outros pensam de você. A ostentação por lá não é um luxo, mas uma necessidade. De fato, a cidade não ganhou o rótulo de “Paris do Oriente Médio” por mero acaso. A mais liberal das cidades dessa região muitas vezes é taxada pelos vizinhos de esnobe -- embora esteja longe de ser a mais rica -- por conta da atitude de seus cidadãos. Não raro, é possível ver Porches, Mercedes e, se você tiver sorte, Ferraris conversíveis rodando pela cidade, além de incontáveis SUVs. Como isso é possível depois de mais de 15 anos de guerra civil, só Freud explica. A vida noturna de Beirute também é para poucos, apesar de ser um dos principais atrativos da cidade. Portanto, quem planeja beber até ficar de quatro na cidade, prepare o bolso! A única alternativa para salvar a conta bancária é sair para a balada turbinado. Álcool, mesmo em mês de Ramadã (setembro), é um artigo amplamente disponível e pode ser obtido em diversas lojas especializadas a preços razoáveis. Vale, inclusive, um parêntese aqui: as regiões habitadas por cristãos geralmente são os únicos lugares onde se encontra álcool nos países do Oriente Médio. Como cerca de 40% da população do Líbano é cristã, faça os cálculos você mesmo...

Em intensa reconstrução (veja imagem abaixo), a cidade semi-destruída foi invadida por guindastes que trabalham 24 horas por dia.

Além de bombas, instabilidade política, cortes súbitos no abastecimento de água e eletrecidade e sua extensa beleza natural e selvagem, o Líbano também está bem classificado no ranking de cirurgias plásticas -- certamente para a surpresa de muita gente no Ocidente --, perdendo apenas para Estados Unidos e Brasil, os maiores mercados do mundo nesse segmento. Não se espante se estiver andando pelas ruas e ver mulheres e homens (também, claro!) usando ataduras no nariz. O curativo não é sinal de violência nem acidente automobilístico, mas de cirurgia plástica. E pode parecer esquisito, confesso, mas o nariz é uma espécie de preferência nacional. Aparentente, o turismo médico vem crescendo no país a olhos (e narizes) nus. Gente abastada proveniente da riquíssima região petrolífica do Golfo é um dos grandes alvos desse mercado. Atrizes, atores e cantores também são freqüentes na mesa de cirurgia. Entretanto, a beleza natural, o porte mediterrâneo e o estilo de vida de homens e mulheres libaneses são invejáveis.

Leia também:
O retorno da "Paris do Oriente Médio"

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