segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Uma das Sete Maravilhas

É impossível explorar Petra em um único dia. Sabendo disso, o governo disponibiliza tíquetes para dois ou mais dias a preços econômicos. E vale cada centavo. Devido a proximidade, muitos turistas em Jerusalém (em Israel) fazem uma viagem de um dia para visitar Petra (na Jordânia), o que é uma pena. Se estiver na área vale reservar dois ou três dias para ver essa obra-prima.

Indiana Jones já passou por lá e deixou o registro no filme A Última Cruzada. Assim como o Cristo Redentor, no Rio, as ruínas da cidade de Petra na Jordânia também foram escolhidas em 2007 uma das Novas Sete Maravilhas do Mundo. E merecem o título. O passeio começa com uma imensa fenda com espaço para os turistas, carroças, mulas e camelos guiados por beduínos chegarem aos vários sítios arqueológicos de Petra. Aos poucos, a cidade que foi construída pelos Nabateus e que teve papel importante no comércio de especiarias no grande vale que vai do Mar Morto ao Golfo de Aqaba, vai revelando seu maior tesouro: prédios e templos escavados na pedra no estilo helenístico. Mas quem assistiu o filme do arqueologista mais famoso do cinema não tem a versão verdadeira do interior da Câmara do Tesouro (foto), um dos pontos mais fotografados pelos turistas. Isso porquê o interior mostrado no filme foi criado em um estúdio cinematográfico. Quem colocar os pés em Petra encontra paredes desenhadas com diferentes cores de formações rochosas, criando um arco-íris natural.

Será uma tentação, mas uma vez em Petra evite alugar um dos burricos da região para fazer o serviço pesado por você. Além de correr um sério risco de sofrer um acidente grave, você estará contribuindo para a exploração cruel desses animais. Muitos deles acabam na clínica veterinária mantida pelo governo com pernas e patas quebradas. Puta crueldade! Deixe de ser vagabundo, mexa essa bunda gorda e aproveite para perder uns quilos!

O filme também não revela os milhares de turistas que visitam Petra todos os anos e o lado mais triste do passeio: as dezenas de mulas usadas pelos beduínos para levar turistas menos preparados fisicamente para o topo de uma montanha que leva até o Monastério. A subida não é nada fácil, 800 degraus morro acima. Mas, o mais triste é ver a expressão dos asnos subindo e descendo, dezenas de vezes por dia, com a carga turistítica nas costas. Uma mula, que em geral pesa 400 quilos, pode carregar de 20% a 30% do peso do seu corpo. Conversando com um dos beduínos, dono de uma loja em Petra, descobrimos que as mulas carregam até 300 quilos de latinhas de bebida nas costas, para saciar a sede dos turistas no alto da montanha. Aliás, é de arrepiar assistir as mulas exaustas subindo os degraus curtos, lisos e sujos de estrume, com turistas com experiência nenhuma em cavalgar. Nativos nos informaram que existe um projeto que pretende acabar com o uso de mulas nos arredores de Petra, desde que o local foi escolhido uma das Novas Sete Maravilhas do Mundo. Se a história tem fundamento: pontos para o governo da Jordânia.

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