terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Façam as suas apostas


Legalizados entre 2001 e 2002, os cassinos dominam a vista de Macau. Hoje a jogatina é responsável pela prosperidade da economia local.


Os bingos não duraram muito no Brasil. Já em Macau, a indústria dos cassinos constrói seus impérios. É difícil não ficar fascinado com os prédios iluminados e luxuoso -- em particular a impressionante torre do novo Grand Lisboa, em formato de uma flor de lotus tomando conta do cenário da cidade. O hotel e seus oito andares só de cassinos deixa os visitantes e jogadores de boca aberta. E, o mais importante, de bolso aberto. Segundo amigos expatriados de outro hotel-casino, o Wynn, com nada menos que 7 mil funcionários, enquanto em Las Vegas (EUA) a relação jogatina/restaurantes-shows fica na casa de equilibrados 60%/40% do faturamento, em Macau esse tipo de balanço está longe de ser alcançado com 97% do faturamento proveniente de jogatina. Os chineses são os principais clientes dos cassinos dessa ex-colonia portuguesa e apostam tudo de de cara limpa, sem um gole de álcool para molhar a garganta, contam nossos amigos expatriados. Ou seja, são jogadores conscientes -- se for possível colocar dessa maneira. Não perdem tempo nem para comer. A média de tempo que um cliente chinês fica dentro de um restaurante é de absurdos 10 minutos. Por conta disso, em meio a uma variedade de cozinhas do mundo inteiro, equipadas com chefes de primeiro escalão e ingredientes finos provenientes de todas as partes do planeta, os tradicionais noodles fazem o maior sucesso. A explicação, segundo nossos amigos, é o tempo de preparo desse prato que leva pouco mais de alguns segundos para serem servidos. Para a frustração dos grandes chefes contratados pelo mundo todo.

Ruínas de São Paulo: Macau também oferece uma requintada coleção de prédios históricos da era colonial, resultado dos 400 anos de domínio português na região.

Mas a fase de ouro dos cassinos de Macau está paralisada no momento. O governo chinês tem freado o visto para a ilha da jogatina. Segundo as autoridades, uma maneira de frear os excessos diante da crise financeira mundial. Isso tem produzido medidas drásticas na indústria do jogo. A construção de prédios foi parada pela primeira vez desde 2001, quando o jogo foi parcialmente autorizado na ilha. No entanto, será difícil tirar o glamour de Macau. Além dos seus prédios modernos e luxuosos, há uma boa quantidade de exemplos da bela arquitetura portuguesa nas redondezas. Todos os prédios que visitamos -- igrejas, ruínas jesuítas, seminários e prédios públicos -- passaram por invejáveis projetos de restauração. E nada mais charmoso e familiar do que passear por ruas que se chamam Estrada do Tronco, Rua da Alfândega, Caminho da Barra e Viela do Peixe Salgado. Tudo em bom português, embora poucos macaenses saibam falar a língua. Embora Macao tenha sido uma colônia de Portugal por mais de 400 anos, ao contrário do Brasil, a língua portuguese não conseguiu vencer o cantonês. No entanto, todas as fachadas de estabelecimentos comerciais, nomes de ruas, placas públicas etc. são escritas em chinês e português, as duas línguas oficiais do país. Uma atração a parte em Macau, que permanece ainda hoje pelo valor histórico e, é claro, turístico. A oferta dos famosos pastéis de Belém, uma especialidade portuguesa, também tem vez nas ruas de Macau. Pelo menos na culinária, a influência cultural deixou bons resquícios.

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1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Parabéns pleo blog. Vocês reacenderam a minha vontade de sair pelo mundo em busca de conhecimento e mais cultura. Certamente serei um fiel acompanhante dessa aventura.

26 de janeiro de 2009 às 14:46  

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