domingo, 30 de novembro de 2008

A cara do Brasil no exterior

“Where are you from?’ Já perdi a conta de quantas vezes respondi essa pergunta. A verdade é que quanto mais viajo, mais orgulho sinto ao responder: Brasil. Dizem até que estou me tornando uma nacionalista de carteirinha. Se isso é verdade ou não, difícil dizer. Fácil é apontar as principais reações que tenho recebido com minha resposta. Uma delas não é nenhuma novidade. Nós ainda somos símbolo do bom futebol no mundo. O melhor futebol do mundo para muitos estrageiros – não só para nacionalistas como eu. Dentro dessa resposta, algo que também não deve ser surpresa para quem ama futebol: Ronaldinho Gaúcho é o nome mais conhecido do Brasil (ou, pelo menos, nos 22 países por onde já passamos).

Outro símbolo brasileiro no mundo não precisa nem de palavras para se perceber. Basta olhar para os pés: milhares de Havaianas tomam os pés dos turistas. Não é à toa que “As Legítimas” estão no Kit Básico do Mochileiro que sugerimos neste blog. É incrível como a marca passou de um calçado usado pela população menos privilegiada no Brasil, para tomar os pés do primeiro mundo – mais de 80 países já se renderam ao charme das sandálias. Tudo graças à uma imensa campanha começada em 1991 com o lançamento do modelo Havaianas Sky e propagandas com estrelas da televisão em território nacaional. Desde então, a produtora das sandálias, a Alpargatas, têm lançado modelos mais e mais transados. São cerca de 160 milhões de Havaianas vendidas por ano no mundo. E o melhor, elas continuam não deformando, não dando cheiro e não soltando as tiras.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A capital do "tubing" e da ressaca

Entre as trilhas que conduzem às belezas naturais de Vang Vieng é possível apreciar a bela vista dos campos de arroz.

Uma festa na floresta acontece todos os dias na pequena cidade de Vang Vieng, no Laos. Um contraste em um país tomado por cerca de 50% áreas selvagens, vilas remotas e montanhas, muitas montanhas. Vang Vieng se tornou parada quase que obrigatória de mochileiros na rota que vai de Luang Prabang para a capital, Vientiane. As atrações naturais são indiscutíveis. A cidade possui uma vista incrível de várias formações rochosas, assim como cavernas e lagos com água transparente. Um refresco depois de pedalar por quilômetros em mountainbikes por ruas de chão batido para alcançar os tesouros naturais.

No entanto, o que tem atraído turistas e mais turistas, felizmente ou não, é outro tipo de atividade, chamada no local de "tubing". Para resumir, trata-se de uma nova maneira de encher a cara. Turistas, na maioria jovens (e os britânicos são os grandes fãs do “esporte”), alugam diariamente, das 9 horas da manhã até às 18 horas, câmaras de caminhão para descer o rio Nam Song. Mas essa não é a maior curtição. Bares e mais bares lotam a beira do rio oferecendo pequenos baldes com bebida gelada, goles de whiskie feito no Laos e, claro, muita cerveja. Para chegar no bar nem precisa remar. Funcionários dos bares “pescam” os clientes com grandes varas. Entre um drinque e outro, a meninada pula de balanços altíssimos ou então de um imenso escorregador direto no rio. No final do dia, quando o sol se põe e a água do rio se torna insuportávelmente fria, o esperado: dezenas de turistas cansadíssimos da experiência e loucos por um lugar para curtir a ressaca. E até nisso Vang Vieng é uma expert. Ao longo da avenida principal, restaurantes oferecem confortáveis sofás forrados de almofadas, boa comida e televisões que não páram de rodar hipnóticos seriados norte-americanos. Vang Vieng é o local perfeito para quem quiser esquecer da vida e encher a cara. Ou o contrário.

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Na trilha do Laos

Tailândia em chamas. Brasil debaixo d'água. E o mundo desabando...

Estamos em Hanoi, no Vietnã, acompanhando de perto as últimas notícias sobre os protestos na Tailândia. Em Bangcoc, neste exato momento, o aeroporto está temporariamente fechado por protestos de oposicionistas do atual primeiro-ministro, Somchai Wongsawat. Durante a nossa passagem pela capital tailandesa entre setembro e outubro o cenário não estava lá muito bom pro lado do governo, mas não imaginávamos que a coisa chegaria tão longe. As notícias, como sempre, são um tanto injustas para a imagem do país, que vai sofrer com uma já anunciada queda no turismo. Nós devemos voltar pra lá dentro de uns 10 dias, atravessando a fronteira do Cambodia por terra. Crise pra Tailândia, oportunidade para viajar mais barato para brasileiros (nós!!!!) sofrendo com a queda do real frente ao dólar. Pra compensar, o Mantega está achando que o real anda muiiiitooooo desvalorizado. E eu concordo com ele!!!!! hahahaha... Pra adicionar um pouco mais de emoção, Rio de Janeiro e Santa Catarina estão sofrendo com mais uma enchente. What the hell!!!

sábado, 22 de novembro de 2008

Tailândia: sexo, massagem, budismo e boa comida...

Chegamos ao sudeste asiático após nossa passagem pela Índia e pelo Oriente Médio. Bangcoc, na Tailândia, foi nosso primeiro destino -- assim como para a maioria dos turistas que viajam para essas bandas -- e um misto de satisfação e alívio. Satisfação porque não imaginávamos chegar tão longe nem sobreviver a tantas aventuras e adversidades no meio do caminho. Alívio porque a Tailândia é um país muito seguro para viajantes em geral, além de oferecer uma estrutura invejável em termos de sudeste asiático, com preços razoáveis e uma grande diversidade cultural, natural e religiosa. Por sua privilegiada posição geográfica, decidimos dividir nossa passagem pelo país em duas partes: nessa primeira etapa seguimos para o norte, cruzando a fronteira para o Laos e, em seguida, para o Vietnã por terra.

A capital Bangcoc é uma cidade com muitas vertentes que fazem jus a sua vocação cosmopolita. A vida noturna é de longe uma das mais agitadas de todo o continente com ofertas que incluem uma infinidade de bares, boates, karaokes, restaurantes, feiras-livres e festivais, tudo regado a muito álcool, sexo, massagem e comida (muita comida!). E tatuagens, para os adeptos. Os tailandeses são pessoas que sabem aproveitar (ou como fazer o turista aproveitar) as coisas boas da vida. Massagem, sexo, entretenimento... Mulher, homem ou katoey... Vale avisar que se um motorista de tóc-tóc oferecer uma corrida para algum "ping-pong show" ele não está se referindo ao tênis de mesa.

Famosos também pela rica e suculenta culinária, reconhecidamente uma das mais saborosas do mundo, a cozinha tailandesa exerce um grande fascínio sobre os estrangeiros. Restaurantes e vendedores de rua disputam o coração e o paladar de seus clientes. Comer nas ruas, especialmente nas feiras-livres, é uma das experiências mais fantásticas que o país pode proporcionar. No entanto, é preciso tomar um certo cuidado com a comida apimentada. Em lugares frequentados por turistas, em geral, ela é preparada sem a popular pimenta malagueta, que poderá ser adicionada de acordo com o gosto do freguês. Em lugares frequentados por locais é 100% garantido: a comida será excessivamente apimentada. O que não é de todo mal, já que sempre é possível pedir uma das deliciosas cervejas locais para refrescar a garganta.

O budismo é onipresente na Tailândia. Monges se espalham por todo o país em seus trajes alaranjados pregando o "caminho do meio" junto aos reverentes tailandeses. A quantidade de templos e imagens de Buda chega a ser um exagero. Outro patrimônio dos tailandeses é a venerada Família Real. A figura do rei Bhumibol Adulyadej, assim como o budismo, é onipresente. A obsessão vai tão longe que pisar em uma nota de dinheiro com a imagem do rei pode dar até cadeia. Comerciantes espalham fotos do monarca por seus estabelecimentos num misto de reverência e superstição. Se isto está trazendo sorte para a população é difícil dizer, mas certamente está trazendo sorte ao rei, que mantém o mais longo reinado do mundo, há mais de seis décadas no poder.

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quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Aventura nas montanhas

Casa na floresta: a cidade de Pai é uma alternativa para quem quer fugir do clima de cidade grande e da multidão de turistas em Chiag Mai.


Quem nunca suspirou ao ver as belas fotos de bangalôs nas praias paradisíacas da Tailândia? Mas o que muita gente não sabe é que existe uma área imensa, e belíssima, a ser explorada no norte montanhoso. Já no caminho de Bangcoc para Chiang Mai, a maior e mais conhecida cidade dessa região, percebe-se que o caminho leva para cima e para cima. No entanto, é rumando para Pai, na província de Mae Hong Son, que a estrada revela um paraíso verde. A jornada requer um estômago forte, são cerca de 3 horas de microônibus em um caminho cheio de curvas. Mas vale o esforço.

A cidade de Pai, com apenas 3 mil habitantes, se tornou famosa pelo seu jeito de alternativo, onde turistas podem relaxar após um dia de caminhada pelas florestas ou então depois de passar pelas praias ao sul normalmente lotadas de turistas. A estrutura do local é a maior prova de que Pai se tornou uma grande atração. Há uma infinidade de albergues, pequenos hotéis ou até resorts com águas termais, bares e restaurantes servindo comida local (típica do norte), clássicos tailandeses como noodles, ou até mesmo hamburguer, massas e pizza. O preço dos pratos "ocidentais", no entanto, são bem mais altos do que a deliciosa e saudável comida tailandesa. Não perca a oportunidade de experimentar Kao Soy, um tipo de noodle com curry, ou comer uma deliciosa sobremesa indiana -- o roti (foto) uma espécia de panqueca recheada normalmente com banana e coberta com leite condensado ou chocolate etc. As variações são inúmeras e igualmente saborosas.

A região também oferece dezenas de passeios na floresta, como trekking por tribos locais, cachoeiras, cavernas, quase tudo acessível de mountain bike ou moto. Alugar uma scooter é fácil e barato. Já quem quiser passar alguns dias na floresta, acampando e conhecendo tribos locais, terá que dispensar um pouco mais do orçamento. O tradicional trekking aqui tem um gosto bem tailandês e pode conter uma voltinha nas costas nuas de um elefante, com direito a um banho no rio na companhia do amigo de peso. Ou então o rafting de bambu, que não chega a dar muita adrenalina, já que as corredeiras por aqui são calmas e o bambo não é lá muito forte para aguentar águas mais furiosas.

O tempo de estadia em Pai varia de acordo com o que o turista espera. Se a intenção é de somente fazer um trekking ou experimentar as aventuras locais, uma semana é mais do que o suficiente. Agora, se você pretende somente relaxar e curtir o ar fresco das montanhas, fique a vontade para alugar um bangalô por um mês. A pequena Pai tem opções para todos os bolsos e gostos por aventura.

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